Brasil, uma potência paralímpica

Rafael Passos

Seleção brasileira de futebol de cegos comemora conquista do pentacampeonato após derrotar a Argentina - Foto: Ale Cabral 

Com 373 pódios em 13 participações (109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze) em 52 anos de participações em Jogos Paralímpicos, o Brasil indiscutivelmente se posiciona entre as 10 maiores potências do esporte paralímpico mundial. A trajetória do país nas Paralimpíadas é marcada por uma evolução constante, com evolução tanto em números totais de medalhas quanto insígnias de ouro, A delegação brasileira terminou no top 10 do quadro de medalhas nas últimas quatro edições de JP.

Um salto de qualidade

Em Tóquio-2021, o Brasil atingiu a marca de 100 medalhas de ouro e também quebrou o recorde de atletas presentes a uma disputa fora do Brasil (259). A marca anterior era de Pequim-2008, com 187 participantes.

Os Jogos Paralímpicos Paris-2024 receberão a maior delegação brasileira da história da competição fora do Brasil. Com 280 integrantes (255 atletas), o Brasil irá superar o recorde anterior, que foi em Tóquio-2021, onde 259 pessoas representaram o país, e se prepara para buscar o pódio em 20 das 22 modalidades. A 17ª edição do evento acontecerá de 28 de agosto a 8 de setembro. 

Para efeito de comparação, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) contabiliza 170 medalhas (40 ouros) em todas as edições dos Jogos Olímpicos, já contabilizadas as conquistadas em Paris. Essa diferença demonstra a força do Brasil no esporte paralímpico.

A ascensão do Brasil no cenário paralímpico é evidente ao analisar a evolução da sua colocação no quadro de medalhas. Em 1996, em Atlanta, o país terminou em 37º lugar. Já em 2021, Tóquio, o Brasil alcançou a 7ª posição, com um aumento significativo no número de medalhas e participantes.

O papel do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

A criação do CPB em fevereiro 1995 foi um marco fundamental para o desenvolvimento do esporte paralímpico no Brasil. A unificação das iniciativas e a profissionalização da gestão permitiram um maior investimento em atletas, treinadores e infraestrutura, contribuindo para a melhoria dos resultados e a popularização do esporte.

Fatores que contribuíram para o sucesso:

• Investimento em infraestrutura: A construção do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro foi um marco para o desenvolvimento do esporte paralímpico no país, oferecendo aos atletas as melhores condições de treinamento e competição.
• Desenvolvimento de diversas modalidades: O Brasil tem se destacado em diversas modalidades paralímpicas, como atletismo, natação, judô, vôlei sentado, goalball, bocha, futebol de cegos, canoagem, no hipismo, no halterofilismo, no remo, no tênis de mesa, taekwondo, esgrima, entre outros.
• Incentivo governamental: O governo brasileiro tem investido cada vez mais no esporte paralímpico, através de programas e políticas públicas que visam promover a inclusão social e o desenvolvimento esportivo.
• Visibilidade e mídia: O esporte paralímpico tem ganhado cada vez mais visibilidade na mídia, o que contribui para a popularização da modalidade e o aumento do interesse do público.
• Formação de atletas: O Brasil tem investido na formação de atletas paralímpicos, através de programas de treinamento e desenvolvimento, que visam identificar e desenvolver novos talentos.